sexta-feira, abril 29, 2005

Poema do dia

Sonhei, confuso, e o sono foi disperso,
Mas, quando dispertei da confusão,
Vi que esta vida aqui e este universo
Não são mais claros do que os sonhos são
Obscura luz paira onde estou converso
A esta realidade da ilusão
Se fecho os olhos, sou de novo imerso
Naquelas sombras que há na escuridão.
Escuro, escuro, tudo, em sonho ou vida,
É a mesma mistura de entre-seres
Ou na noite, ou ao dia transferida.
Nada é real, nada em seus vãos moveres
Pertence a uma forma definida,
Rastro visto de coisa só ouvida.

Fernando Pessoa, 28-9-1933.

Um comentário:

Airô Barros disse...

Oi Ritoca,

Estou há algum tempo procurando um poema, que aprendi quando criança, que tem como título "Ritoca"...Não lembro o autor, por isso fica mais difícil. E assim encontrei você e seu blog. Também gosto de poesia. Se quiser, entre lá no meu site:www.airobarros.com.br...e se por acaso encontrar o poema "Ritoca"...envie para mim...ok? cheirosssss Airô