terça-feira, abril 08, 2003

Final de Tarde (uma das minhas poesias preferidas da autoria do amigo Otacílio Lang):

16:50...final de tarde...olho pela janela e vejo que, tão perto de
mim, separado por uma vidraça apenas, sopra um vento que diz...mais ou
menos assim...

"Tem vento ao longe,
que sinto sem poder
tocá-lo.
Sei que foge, que
balança e agita
o mar.
Sei que sopra constante
os amores de ontem.
Mas seu ruído é leve
e parece vazio.
Vento vazio,
longe de mim.
Queria navegar de tarde,
no tempo quieto,
amansar seu dorso
e respirar.
Tudo a seu tempo,
espaço pro mundo
e pro vento,
que crio as vertigens
e pouso,
calmo,
no vento.
Meu vento sussurra
sem pressa,
os minutos passando,
pousando os olhos de águia
no mar.
Vento gaivota,
se alimenta de céu,
de asas e sons.
Não faz barulho,
não chora e não pára.
Vejo o vento por dentro,
os mares sem fim,
as rosas marinhas
que doam suas pétalas,
distribuindo amor.
É o instante do leito
do sonho,
adormecer feito ar,
que sopra,
que respinga,
que torna o som em
vento.
Vento de ritmo
azul, rápido,
feito paixão mortal,
que leva e traz...
...e eu cedo,
entrego à velocidade de nós
e acelerações de linhas
do horizonte...
...que percebo
como traço inteiro,
completo,
repleto,
de vida!"

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